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Descaso com a Baía de Guanabara causa impactos na saúde, no transporte e no turismo e provoca prejuízo de bilhões ao RJ, alerta ONG

Segundo Baía Viva, estado perde R$ 50 bilhões por ano devido à falta de cuidados com o ecossistema da região. Sistema lagunar de Jacarepaguá também sofre com despejo ilegal de dejetos e de resíduos sólidos.

Por Cristina Boeckel, G1 Rio

18/12/2018 06h47  Atualizado há 3 meses

Rio de Janeiro perde R$ 50 bilhões por ano com poluição da Baía de Guanabara

G1 RJ

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Rio de Janeiro perde R$ 50 bilhões por ano com poluição da Baía de Guanabara

Além de danos à natureza, décadas de descaso com a Baía de Guanabara causam impactos na saúde, transporte e turismo do Estado do RJ, gerando prejuízo financeiro, alerta a ONG Baía Viva.

Em janeiro, o G1 já tinha mostrado que o abandono da Baía pelo estado gerou ainda problemas na segurança pública do Rio - já que a região virou uma das rotas da entrada de fuzis para a Região Metropolitana.

Agora, cálculos da Baía Viva indicam que o Estado chega a perder, por ano, R$ 50 bilhões por não cuidar com responsabilidade do meio ambiente da região.

O número, segundo a ONG, foi calculado com base em estudos de universidades, da Fiocruz e do Clube de Engenharia.

“A Baía de Guanabara é um cemitério de obras abandonadas”, destacou Sérgio Ricardo, um dos fundadores da ONG, se referindo às intervenções iniciadas nos últimos anos - e não finalizadas - que planejavam minimizar os efeitos do despejo de esgoto.

A conta leva em consideração:

 

  • O dinheiro que entraria com o turismo na área;

  • Os gastos da sobrecarga no sistema de saúde, que precisa tratar doenças causadas pela exposição às águas sujas e pela falta de saneamento adequado;

  • A falta de mobilidade urbana da produção e dos trabalhadores;

  • O excesso de queima de combustíveis;

  • As doenças da poluição do ar.

 

 

“O Rio de Janeiro é um lugar privilegiado, que tem duas baías em seu território e um complexo lagunar. Isso deveria ser o motor da economia do Rio, essa vocação para o ecoturismo", destacou Sérgio Ricardo.

 

Vazamento de óleo no Rio Estrela atingiu a Baía de Guanabara, no RJ — Foto: Mário Moscatelli/ Projeto Olho Verde

"Há uma perda econômica de R$ 50 bilhões por ano, sendo R$ 30 bilhões por causa da poluição da Baía de Guanabara e outros R$ 20 bilhões por causa da imobilidade urbana, que são esses engarrafamentos quilométricos da Região Metropolitana”, emenda o ambientalista, que defende a ampliação do transporte aquaviário para evitar engarrafamentos.

A região enfrenta ainda os danos causados pelo roubo de combustível. No dia 8, uma tentativa de furto provocou o vazamento de 60 mil litros de óleo no Rio Estrela, que deságua na Baía de Guanabara. O manguezal da área foi atingido na época de reprodução dos caranguejos. Na tarde do dia 11, técnicos da Transpetro e da Petrobras que trabalhavam na contenção da mancha foram ameaçados por homens armados.

O dado da ONG Baía Viva foi apresentado ao governo do Estado do Rio de Janeiro, que recomendou que o G1 encaminhasse a demanda para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e a Cedae. Nenhum dos dois órgãos comentou espeficicamente os números.

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